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Em virtude da prevenção da Covid-19, as visitas ao sistema prisional do Centro de Detenção Provisório Feminino foram suspensas. Essas medidas buscam resguardar as reeducandas do contágio.

Nos dias 23 e 24 de março, a ação foi realizada e foram feitas 82 ligações. Cada uma teve a duração de 5 minutos e serviu para amenizar os impactos emocionais diante da ausência presencial de seus familiares.

Na ressocialização, o papel da família é importante para o fortalecimento
do vínculo familiar. Diante disso, a Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP) realizou uma ação para que as internas ligassem para os seus familiares acompanhados pela assistente social da unidade, Patrícia Silva, com o apoio da equipe operacional.

A ação teve um saldo positivo, pontilhada de comoções por parte de familiares e reeducandas que, inclusive, na ligação tiveram oportunidade de falar com os demais parentes que não possuem cadastro

Atividades físicas, esportes e treinos funcionais foram ofertados para as reeducadas do Centro de Detenção Provisório Feminino nos dias 11 e 12 de fevereiro. 

Na primeira fase do Projeto Medida Certa, as internas com hipertensão arterial, diabetes e obesidade puderam realizar um treinamento funcional e ginástica laboral, além de jogar vôlei, futebol, xadrez e dominó. Segundo o professor de educação física da unidade Cleverson Cruz, é a partir dessas atividades físicas e recreativas que o convívio social é favorecido e as reeducandas podem mostrar suas habilidades físicas esportivas. 

Para a reeducanda Thais Rejane Barbosa, “está sendo muito importante este projeto, pois me sinto mais disposta durante o dia e é uma forma que temos para passar o tempo. Além disso, é muito divertido quando todas participam e, principalmente, quando o professor coloca música para a gente dançar. De certa forma, isso contribui para a nossa saúde física e mental”, afirma.

A intenção do projeto é sempre manter a satisfação e motivação das participantes mantendo, na medida do possível, uma forma física e uma alimentação dentro da unidade.

A Umanizzare ofereceu ao Centro de Detenção Provisória de Manaus o curso de Bombeiro Hidráulico, com início no dia 4 de fevereiro. Ao todo, 11 reeducandos finalizaram o curso e conseguiram a capacitação técnica. 

O curso, que aconteceu na Escola Estadual Giovanni Figlioulo, contou com a carga horária de 102 horas e foi ministrado pelo instrutor Rildo Mota Cordovil. Foram desenvolvidas habilidades técnicas em instalação e manutenção hidráulica, visando a capacitação eficaz dos serviços nesta modalidade. Assim sendo, o interno ao concluir o curso, está preparado para diagnosticar, reparar, instalar e manter em funcionamento as instalações hidráulicas conforme projetos, normas técnicas e procedimentos específicos. 

Destaca-se ainda que, além da qualificação profissional, a empresa oferece a oportunidade de desenvolvimento nos trabalhos voluntários da unidade, para uma possível remição de pena dos participantes que obtiveram melhor desempenho no curso. 

Os certificados foram entregues no dia 6 de março pelos diretores e convidados, os quais parabenizaram os formandos pelo desempenho e dedicação. No final do evento, o reeducando Mateus dos Santos Ribeiro fechou a cerimônia com a seguinte fala: “Esse curso mudou os meus pensamentos, vou abraçar essa oportunidade para minha vida lá fora”.

Na primeira semana de março iniciou-se a Semana da Mulher Privada de Liberdade, um evento com programação realizada no Centro de Detenção Provisória Feminino. Na ocasião, estiveram presentes 81 reeducandas. 

A programação contou com palestras psicoeducativas administradas pela psicóloga Ana Paula Pereira e a Assistente Social Patrícia da Silva. Foi proporcionado um momento de aprendizado, bem como informações sobre a data comemorativa e sobre conquistas femininas ao longo dos últimos séculos. Após a palestra, foi realizada uma homenagem com vídeos de reflexões e valores que cada mulher possui, seja no âmbito profissional/familiar e enaltecendo as qualidades e o crescimento de cada uma.  

Houve também a participação do Supervisor Anézio Batista, realizando uma homenagem com palavras de motivação e reflexões a respeito do dia a dia dentro da unidade prisional. Ao final, foi proporcionado um momento musical com o canto de músicas cristãs. As internas agradeceram o momento, participando da atividade, tendo sido oferecido o espaço para quem quisesse a oportunidade de cantar. 

O educador físico Cleverson Guimarães realizou gincanas competitivas entre as reeducandas, que participaram ativamente da atividade. Além de proporcionar um momento de recreação, reforçando a importância de realizar atividades físicas dentro do sistema prisional, as ganhadoras da gincana receberam brindes como premiações. A cabeleireira Karla Alexandra Nogueira também participou do evento fazendo corte de cabelo, esmaltação, escova e penteados. As atividades tiveram encerramento no dia 10 de março, com uma dinâmica com sorteios de brindes e coffee break.

O Centro de Detenção Provisório Feminino (CDPF) realizou, no dia 11 de fevereiro, no Pavilhão 2, o Projeto Espaço Terapêutico – Grupo Operativo. O objetivo principal é promover um processo de aprendizagem coletiva, trocas de experiências e opiniões de cada participante. 

Aprender em grupo significa uma leitura crítica da realidade, uma atitude investigadora, uma abertura para as dúvidas e para as novas inquietações. É neste contexto que o sujeito interage construindo-se socialmente e, ao mesmo tempo em que se constrói, participa ativamente da construção pessoal. 

A atividade, que foi desenvolvida pela psicóloga Ana Paula Nogueira Pereira, teve como tema “Trabalhando a Autoestima”. Foi realizada uma técnica de psicoeducação para informatizar os contextos que envolvem autoestima, exemplificando formas de alcançar novas perspectivas e fortalecer a valorização da mulher. Além disso, foram trabalhadas dicas para serem adotadas no dia a dia com o intuito de elevar o amor-próprio. Todas as envolvidas obtiveram participação satisfatória e demonstraram interesse em dar continuidade ao trabalho nos próximos encontros. Estiveram presentes 16 reeducandas.

No decorrer do mês de fevereiro, o Centro de Detenção Provisória Feminina recebeu o curso de flauta doce pelo Projeto Harmonizar, criado para estimular as reeducandas por meio de linguagem artístico-musical.

As aulas teóricas começaram a ser ministradas em janeiro e no dia 20 de janeiro tiveram início as práticas. As internas realizaram exercícios rítmicos em compassos simples e solfejo rítmico com figuras até colcheia, além disso também fizeram um ditado rítmico com as figuras estudadas nas aulas anteriores. O que antes era um desafio, começa a ter um excelente resultado. No segundo encontro, 14 de fevereiro, elas começaram a identificar o local exato de cada som e como encontrar esses sons na flauta doce. Já no dia 28 do mesmo mês, elas tiveram enfim o contato com o instrumento. Após aprenderem a maneira de executar as notas e relacioná-las com a teoria, todas as alunas puderam tocar.

Ao som de Asa Branca, a reeducanda Osiane ficou bastante entusiasmada e falou o quanto estava nervosa, pois não sabia se iria conseguir um dia aprender a tocar um instrumento ou até mesmo ter o contato com um. Já Vera, interna também da CDPF já solicitou que na próxima aula tenha uma música mais difícil para tocar. “Essa é a minha menor turma, então consigo dar uma atenção maior para as aulas e elas também se mostram bem interessadas e participativas, o que torna a aula muito gratificante”, afirmou André Luiz Carvalho, professor do Centro de Detenção Provisória Feminina.

No mês de fevereiro, iniciou-se mais um projeto de fabricação de chinelos no Instituto Penal Antônio Trindade (IPAT). É por meio do trabalho que os reeducandos passam a ter conscientização, capacitação profissional na qual os mesmos desenvolvem a ressocialização, aproveitamento profissional e reflexão de vida social. A atividade é supervisionada pelo educador físico Jamerson Rodrigues, segundo as normas e regras da unidade prisional.

De acordo com a Lei de Execução Penal, nº 7.210 de 11 de julho de 1984, a cada três dias trabalhados o reeducando reduz um dia de pena. Segundo o interno Robson dos Santos da Silva, é gratificante trabalhar no projeto e, além disso, servir na vida profissional irá auxiliá-lo a remir a pena.

O incentivo e a oportunidade dada ao reeducando por meio do trabalho é proporcionar a ele uma volta à sociedade com uma visão diferente e com experiência de trabalho. Todos os participantes do projeto o valorizam, esse é o caso dos internos Mateus Trindade Sales e Robson dos Santos da Silva, que até o dia 28 de fevereiro já fabricaram 3.720 pares de chinelos.

De acordo com dados do sistema prisional no Brasil, nove a cada dez detentos não possuem documento pessoal em seu prontuário onde cumprem pena. Para garantir o direito de ressocialização, o Centro de Detenção Provisório Feminino realizou no dia 18 de fevereiro um mutirão para retirada de documentação. 

Na ocasião, estiveram presentes oito reeducandas que fizeram os registros de imagens e dezoito que solicitaram a 2ª via da certidão de nascimento. Além de promover e garantir os direitos fundamentais das apenadas, a ação beneficia a inclusão das mesmas em provas do Enem e Encceja.

Durante as quintas-feiras do mês de fevereiro de 2020, os familiares dos reeducandos da Unidade Prisional de Itacoatiara realizaram o cadastro de visitantes e participaram de atividades do Projeto do Planejamento Familiar. 

O objetivo principal do Planejamento Familiar é assegurar que os internos e suas esposas tenham acesso a informação necessária para uma vivência sexual de forma segura e saudável. Para Izane Muniz Palheta, irmã do reeducando Josiney Nus, é importante receber estas informações, já que as mesmas auxiliam na prevenção contra uma gravidez não desejada e na orientação sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). 

Ainda sobre a importância do planejamento familiar, a assistente social Ana Maria Lima Bezerra aborda sobre o poder de levar informações para o planejamento de uma família e os métodos eficazes para evitar doenças. Por isso, ao final é entregue um kit de higiene (3 pacotes de preservativos feminino e masculino, 1 sabonete íntimo e 1 toalha de rosto). Na ocasião, 14 familiares estiveram presentes.

As reeducandas do Centro de Detenção Provisório Feminino tiveram uma sessão de cinema nos dias 4,12 e 19 de fevereiro. A atividade de Cine Cultura insere-se no dever do Estado previsto na Constituição Federal, que prevê que todos os cidadãos tenham direitos e deveres fundamentais, abrangendo também a população que ingressa no Sistema Penitenciário. Com isso, garante ao detento a volta ao convívio da sociedade, conforme a Lei de Execução Penal (LEP). A atividade tem o objetivo de promover ao reeducando momentos de lazer e conhecimento por meio do cinema e da arte. 

No pavilhão de vivência 01 e na sala de atividade do núcleo de aprendizagem, a psicóloga Ana Paula Nogueira Pereira realizou a atividade. No total, 59 reeducandas assistiram ao filme “Superação – O Milagre da Fé” que retrata uma história baseada em fatos reais do drama vivenciado por uma família. Durante um passeio o menino (John Smith) de 14 anos sofre uma queda e se afoga por mais de 15 minutos. Ao chegar ao hospital, John é considerado morto por mais de uma hora, até que seus pais ao lado de um pastor começam a orar para pedir que o menino sobreviva. A prece poderosa é responsável por um milagre inédito.

Ao finalizar o filme, foi realizada uma roda de conversa para o compartilhamento de pensamentos e de experiências pessoais de cada participante. Todas participaram ativamente da atividade e demonstraram-se satisfeitas com resultado. Com esses exercícios, é proporcionado às internas buscarem caminhos para a liberdade, reintegrando-se à sociedade com dignidade, valores e uma visão de respeito.