A assistência educacional é uma das prestações básicas mais importantes não só para o homem livre, mas também para àquele indivíduo que se encontra privado de sua liberdade. Nos últimos meses a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e a Umanizzare Gestão Prisional, empresa que faz cogestão em seis presídios do Estado, desenvolveram e incluíram no calendário de atividades o Projeto Mãos que Limpam.
Além de palestras educativas sobre a importância da preservação do ambiente em que estão inseridos, com geração de trabalho (manutenção da limpeza nas celas e pavilhões, bem como a utilização de técnicas de coleta seletiva e descarte adequado dos resíduos), o “Mãos que Limpam” tem a finalidade de ensinar boas práticas de higienização, diminuindo a ociosidade, a sujeira dentro das unidades e o mais importante, busca criar possibilidades de mudanças de comportamento entre os presos, para o egresso à sociedade.
De acordo com a auxiliar técnica da Umanizzare, Francisca Kelly, a educação ambiental deve ser inserida entre os internos ao ponto de ser transformada em sinônimo de cidadania. “Eles precisam entender que momentaneamente aqui é a casa deles, que riscar a parede deixa o ambiente sujo, que jogar objeto dentro das tubulações pode provocar entupimentos, odor, doenças – da mesma forma que jogar papel de balinha na rua, deixa a cidade poluída, feia. Então varrer a cela, respeitar o local e os colegas de confinamento – geram grandes chances de redução na taxa de reincidência e consequentemente à prevenção da criminalidade dentro e fora do cárcere.
No Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat) todas as terças-feiras os reeducandos participam de palestras que abordam o temas, como: reciclagem, reaproveitamento, descarte adequado do lixo produzido, coleta seletiva e consequências do despejo inadequado dos rejeitos. Ontem (9), 20 internos do pavilhão B receberam informações sobre o projeto e da importância de manter o ambiental saudável, seja ele qual for.
Conforme a gerente técnica da Umanizzare, Sheryde Karoline, o projeto tem grande valia para a iniciação de uma nova consciência de preservação ambiental aos internos, “agrega valores ao reeducando no processo de ressocialização, como: a prática da reutilização dos materiais recicláveis no artesanato, bem como os cuidados com os equipamentos e livros das salas onde fazem os cursos profissionalizantes”, exemplificou a gerente.