A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária-Seap e a Umanizzare Gestão Prisional em parceria com o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas- Cetam, realizaram no Centro de Detenção Provisória Feminino- CDPF os cursos de Artesanato em Biscuit e Colorimetria, ambos profissionalizantes. Os cursos foram concluídos na manhã desta quinta-feira (16) cada curso teve carga horária de 80 horas aulas.
A Umanizzare vem realizando no CDPF vários cursos e oficinais com o objetivo de proporcionar as internas do regime provisório momentos de interação e ressocialização. Para participar dos cursos as candidatas da unidade passam por um processo de análise de perfil, realizado pela equipe de assistência social da Umanizzare, esse processo é necessário para saber se a candidata tem perfil para interagir e realizar as atividades desenvolvidas durante os cursos.
No caso do curso de Colorimetria, que faz parte do Projeto Lisbela (Projeto que foi criado pela Umanizzare para profissionalizar e ajudar na recuperação da autoestima das internas, oferecendo cursos que são voltados para estética e imagem pessoal), a candidata precisa ter concluído o curso de Corte e Escova. Já o curso de Artesanato em Biscuit, que faz parte do Projeto Espaço Terapêutico, teve início em maio, as candidatas não precisam ter pré-requisito. Nesta edição do curso 12 internas concluíram as atividades com alto índice de aproveitamento.
De acordo com a Gerente Técnica Corporativa da Umanizzare, Sheryde Karoline Lima, apesar do CDPF ser uma unidade prisional destinada à presas provisórias, os cursos profissionalizantes tem se mostrado de extrema eficácia no processo de transformação e ressocialização das internas, “ Em geral os cursos tem a carga horária compatível com a situação delas e são focados em habilidades que possam promover autonomia e geração de renda. Esta estratégia, sem dúvida é uma chance a mais de evitar o retorno ao sistema penitenciário, pois mostra oportunidades dignas de alcançar sucesso e respeito, com produtos e serviços produzidos pelas próprias mãos dessas mulheres, como bem evidencia a experiência que temos com o Projeto Lisbela.
Resgate da Dignidade
As internas que participaram dos cursos dizem estar satisfeitas com os resultados e pretendem participar de outros cursos. Para Lady*, 26 anos, que foi presa há 3 meses, acusada de traficar drogas, os cursos oferecidos na unidade são oportunidades de mudança, segundo ela, além da oportunidade também ajuda a passar o tempo. “O curso ajuda a ocupar a mente, pra gente não pensar besteira, eu tive aqui oportunidade de aprender a fazer uma coisa que vai me ajudar a sustentar meu filho. Quando eu sair, vou fazer as peças de biscuit e vender, isso tudo está me ajudando muito, e eu vou continuar, enquanto estiver aqui vou me inscrever em outros cursos que me ajude a aprender uma profissão” disse a reeducanda.
Oportunidade, foi a palavra que a Gercyane Gomes*, 21 anos, usou para resumir o resultado do curso que participou. “ A gente ganha uma profissão, querendo ou não, é sim uma profissão, a gente aprende a fazer coisas interessantes, eu vi essa oportunidade de me profissionalizar e agarrei, eu vou aproveitar todas as oportunidades de aprender, vou sair uma outra pessoa e também por que não quero ficar sem fazer nada, vou ocupar meu tempo e aproveitar essa chance que estão me dando”, disse ela.
O objetivo foi orientar os internos sobre os cuidados na preservação do meio ambiente que acontece em pequenos gestos, incentivando ainda a todos manterem os seus espaços limpos e organizados, o que proporciona um ambiente sem risco de doenças e agradável. Atividade foi realizada com o apoio da equipe operacional e de segurança da unidade. 
