A 6ª edição do Projeto Remição Pela Leitura realizado nos dias 29 e 30 de novembro, no Instituto Penal Antônio Trindade (IPAT), foi um motivo a mais para o incentivo a leitura dos reeducandos. Nessa nova edição, 18 pessoas participaram do projeto e apresentaram grande interesse de estar nas próximas edições.
O projeto é desenvolvido pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) em parceria com a co-gestora das unidades prisionais, a Umanizzare Gestão Prisional, e atende à Recomendação nº 44/2013 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) – que dispõe sobre atividades educacionais para fins de remição da pena pelo estudo – e à Lei de Execução Penal.
De acordo com a psicóloga Silvana Porto, que é uma das profissionais responsáveis pelo projeto, no dia 1° de novembro foi realizada a entrega dos livros aos reeducandos participantes do projeto.
A psicóloga explica que o projeto contou com a participação de vários profissionais, entre eles, as psicólogas Simone Condes e Larissa Barroso, que também atuam como responsáveis pelo projeto de remição pela leitura.
Silvana Porto comenta que participaram da banca examinadora o advogado Marcos Marinho, a dentista Natasha Brito e a assistente social Nádia Regina. ‘E tivemos a presença do diretor desta Unidade Thiago Dantas Pinto”, comenta a psicóloga.
A psicóloga Larissa Barroso disse que os reeducandos, no dia das provas, verbalizaram o interesse em participar das próximas edições do projeto. “Todos tiveram sucesso e alcançaram o direito à redução de quatro dias de pena. Todos manifestaram satisfação por concluir mais uma etapa do projeto e afirmaram o interesse de continuar participando das novas edições”, indagou a profissional.
O reeducando Adenildo Oliveira Mota enfatizou que a leitura é muito importante, e acredita que “para mudar as pessoas não se depende de outro, e sim, tem que partir de dentro de cada um”. Já o reeducando Felipe da Silva dos Santos relata que através do projeto remição pela leitura veio aflorar nele “a vontade de concluir os estudos” e cursar uma faculdade de engenharia elétrica.
A psicóloga Larissa Barroso explica que o programa de Remição pela Leitura visa reduzir a pena dos internos utilizando obras literárias, prática que se tem mostrado uma extraordinária ferramenta também para a melhoria do convívio interno nos presídios.
“Em 2016, foram 3.668 dias remidos por meio da leitura nas unidades do Amazonas. Os internos que participam regularmente das atividades pedagógicas e socioeducativas recebem livros e são orientados a produzir resenhas ou relatórios sobre a leitura. O CNJ estabelece uma série de normas para a instituição de projetos desta natureza, como instalação de bibliotecas com acervos atualizados, critérios objetivos de leitura e prazo para aferição”, afirma Larissa Barroso.
Larissa comenta que nas unidades operacionalizadas pela Umanizzare, existe um calendário regular de aplicação das avaliações escrita e oral que contam com convidados de outras instituições para compor a banca avaliadora, juntamente com as equipes técnicas. Além de reduzir a pena, o projeto tem sido fundamental para a mudança de comportamento dos reeducandos.