“Já tenho uma profissão, sou pedreiro. E minha qualificação profissional veio de onde nunca imaginei, de um presídio. Preciso agradecer e dizer que posso sonhar com um futuro digno, melhor em sociedade”. As palavras são do reeducando Alexandre Silva e Silva, que participou do curso de pedreiro, promovido no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), no km 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista) – pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e a cogestora Umanizzare Gestão Prisional, através do programa Núcleo de Aprendizagem Profissionalizante (NAP).
Além de Alexandre, outros 14 internos estão aptos a exercerem a profissão – seja por conta própria, empreendendo ou por contratação.
O curso foi ministrado pela professora Sônia Reis, de segunda a sexta-feira, com carga horária de 100h – distribuído entre a parte teórica, em que receberam conhecimento sobre os materiais de construções, entre eles: aglomerantes, blocos e tijolos, as ferramentas, locação da obra, escavação da obra, fundação, viga baldrame, concreto, sapata corrida, alvenaria, revestimento, piso e contra piso e a prática, quando colocaram a mão na massa e realizaram serviços de reforma nas paredes e no piso com a remoção e troca de azulejos e dos vasos sanitários da unidade.
“Quando resolvemos ofertar o curso pensamos em duas situações, a primeira nosso trabalho de ressocializar, oferecer oportunidade para que fora daqui o reeducando ande sem precisar cometer mais crimes, e além disso, no segundo momento, no projeto de remição pelo trabalho, em que todos os participantes usaram o que aprenderam, na própria unidade, deixando a ociosidade, praticando e ganhando menos dias aqui dentro. Então é muito gratificante participar deste encerramento, em que não houve desistentes, em que a dedicação era sentida por todos”, parabenizou o diretor do Ipat, Erivan Miller da Silva.
Outras unidades: No próximo dia 15 de outubro será a vez dos reeducandos do Centro de Detenção Provisória receberem a capacitação de Pedreiro. “Assim que certificarmos estes internos já queremos começar no CDPM, eles, inclusive, estão bastante empolgados com a ideia do curso que foi implantado este ano. É uma novidade da Umanizzare”, acrescentou Maria Domingas Printes, gerente de projetos da empresa.
Até o mês de dezembro deste ano, a Unidade Prisional do Puraquequara também receberá o curso.
“Queremos dar condições ao reeducando para trabalhar por conta própria. Capacitado na profissão, ele poderá atuar na área como pedreiro ou assistente. Um curso desse porte torna-se atrativo aos reclusos de liberdade, por possuir uma carga horária extensa e por se tratar de uma profissão que tem bastante oferta no mercado de trabalho, aliás esta é uma das preocupações da empresa ao oferecer uma qualificação”, acrescentou a gerente Técnica da Umanizzzare, Sheryde Caroline, ressaltando os princípios norteadores da Umanizzare – profissão, trabalho e família.