Nove em cada dez mortes por suicídio podem ser evitadas. O dado, da Organização Mundial da Saúde (OMS), indica que a prevenção é fundamental para reverter essa situação, garantindo ajuda e atenção adequadas. A primeira medida preventiva é a educação.
O mês de setembro é voltado para a prevenção do suicídio, mas nas unidades prisionais do Amazonas as ações começam nesta segunda-feira, (26), e se intensificarão no mês alusivo a efeméride.
A programação do “Setembro Amarelo” da Secretaria da Administração Penitenciária (Seap) e da Umanizzare Gestão Prisional Privada, empresa que faz cogestão em cinco unidades do Estado – terá palestra, terapias ocupacionais, roda de conversa, distribuição de folders e filmes sobre a temática para os reeducandos.
O objetivo é de orientar e prevenir situações de suicídio estimulando a valorização pela vida nos presídios.
De acordo com a gerente técnica da Umanizzare, Sheryde Karoline, suicídio é um ato de comunicação. As atividades propostas ainda segundo ela, vem de encontro a necessidade de perder o medo de se falar sobre o assunto. “O caminho é quebrar tabus e compartilhar informações. Esclarecer, conscientizar, estimular o diálogo e abrir espaço para campanhas contribuem para tirar o assunto da invisibilidade e, assim, mudar essa realidade. Quem se mata, na realidade tenta se livrar da dor, do sofrimento, que de tão imenso, parece insuportável e que o a campanha, “Setembro Amarelo” realizada todos os anos dentro dos presídios acontece justamente para reforçar o amor próprio entre os custodiados”, enfatizou a gerente.
A coordenadora de projeto da Umanizzare, Maria Domingas Printes, ressalta que o sofrimento, o arrependimento, a própria situação de cárcere, o abandono familiar são fatores que influenciam para o surgimento de pensamentos suicidas e até atentados contra a própria vida no ambiente prisional.
“Por esses motivos, nossos assistente sócias também estarão focados em ouvir os familiares, queremos dar a oportunidade para que falem sobre sua dor e possíveis situações que revele a dor do parente encarcerado”, pontua a coordenadora.
Números – O fato é que o suicídio é um fenômeno complexo, de múltiplas determinações, mas saber reconhecer os sinais de alerta pode ser o primeiro e mais importante passo. Hoje, 32 brasileiros se suicidam diariamente. No mundo, ocorre uma abreviação da vida a cada 40 segundos.
O médico clínico geral Elivaldo de Melo, reforça que o que torna essa ação importante é mostrar os sinais de um possível suicídio. Saber a diferença de tristeza para a depressão, ajudá-los a preencher o vazio, o abandono familiar e também aceitação do momento que eles estão vivendo no cárcere”, afirma o médico.
No final de setembro, cada as cinco unidade prisionais amazonense deverão apresentar o resultado dos encontros que foram realizados durante essas semanas com os profissionais e os detentos. “Como cada unidade tem a própria realidade as atividades são diferentes, mas no fim o resultado é sempre de tentar ajudá-los a cuidar da saúde mental”, finalizou Sheryde.