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Após profissionalização, internos do Compaj vão trabalhar na barbearia da unidade

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Dez internos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) receberam nesta semana os certificados de conclusão do curso profissionalizantes de barbeiros.  Eles são os primeiros internos da unidade que, este ano, passaram pela capacitação em cortes de cabelo masculino e design de barba.

O curso, com carga horária de 60 horas,  é promovido pelo Núcleo de Aprendizagem Profissional (NAP), projeto realizado pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e a Umanizzare Gestão Prisional, empresa que faz cogestão em seis presídios do Estado.

O diretor do Compaj / Seap, Roberth Barreto, relembrou aos participantes que a privação de liberdade tem como objetivo permitir que o indivíduo que ofendeu a ordem pública possa refletir e ponderar sobre o erro e receber do Estado orientações que possibilitem o seu retorno à sociedade. “Vocês agora possuem uma profissão e já podem planejar um recomeço após o cumprimento da pena. Estamos felizes de entregar os certificados e mais ainda porque percebemos que vocês entenderam e souberam usar a oportunidade em questão”, disse o diretor.

A vida social do preso –   Com o certificado em mãos e a garantia da remição de pena pelo estudo, os internos agora serão os responsáveis pela barbearia do Compaj. No local há uma salão idêntico (equipado) aos das barbearias da cidade, onde os demais reeducandos poderão ser atendidos pelos presos profissionais.  

A gerente técnica da Umanizzare, Sheryde Caroline, ressalta que os serviços prestados pelos barbeiros dentro da unidade, permite que o preso tenha uma “vida social”, menos tempo trancado, menos tempo na ociosidade, aperfeiçoamento da técnica, e também garante ao interno o benefício da remição pelo trabalho.  A cada três dias trabalhados, será remido um dia pena.

“Não queremos só garantir o direito ao estudo, aos cursos, queremos que eles coloquem a mão na massa, trabalhem, se identifiquem na profissão”.   Ainda segundo ela, a objetivo é reforçar entre os apenados a necessidade e a importância do trabalho, mesmo privado de liberdade, “temos duas frentes:  a do estudo e a da qualificação profissão garantidos por lei – mas uma não impede a outra de que o custodiado tenha seus afazeres, seja auxiliar na cozinha, cuidar de eventual horta que o presídio possua, fazer serviços de limpeza, entre outros.  E assim sem perceberem vamos devolvendo aos presos a chamada “vida social”, porque enquanto trabalham, trocam ideias, conhecem outras pessoas de confinamento, aprendem a respeitar as diferenças – situações de um indivíduo em sociedade”, ressaltou Sheryde.  

Oportunidade:   Fernando foi um dos que recebeu a qualificação profissional – durante o encerramento do curso, ele fez questão de ressaltar que jamais imaginou que um dia teria um profissão certificada, muito menos alcançada dentro de uma unidade prisional.

“Antes de eu vir parar aqui, eu já cortava cabelo, mas não tinha nada certo, era uma bico, algo bem fundo de casa, sem qualquer técnica ou conhecimento de cuidados, inclusive com a higiene do cliente e da minha.  Agora quero empreender. Quero sair daqui e abrir minha barbearia, tenho a confiança e as técnicas que faltava”, agradeceu Fernando pela oportunidade.

Entenda a profissão: O barbeiro é o profissional responsável pelo embelezamento dos cabelos masculinos, realizando cortes, design de barbas, bigodes e acertos de costeletas. O Brasil é o segundo maior consumidor mundial de cosméticos para homens. O faturamento masculino mais que dobrou nos últimos cinco anos, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC).

Neste aspecto, a coordenadora de projeto da Umanizzare, Domingas Printes, diz que o curso “visa atender a expressão desse mercado”, cujo número de empreendimentos em barbearias tem crescido significativamente no estado do Amazonas.

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