Internos que já atuam na Unidade Prisional de Itacoatiara (UPI) como “Agentes Promotores de Saúde (APS) receberam novo treinamento para prestar primeiros socorros.
O projeto de Formação de Agentes Promotores de Saúde segue as diretrizes do artigo 20 da Portaria Interministerial nº 01/2014, que diz que as pessoas privadas de liberdade poderão trabalhar nos serviços de saúde implantados dentro das unidades prisionais, nos programas de educação e promoção da saúde e nos programas de apoio aos serviços de saúde. Será proposta a concessão do benefício de remição de pena ao apenado que terminar a qualificação e trabalhar nas unidades, ao Juízo da Vara de Execução Penal.
A capacitação foi oferecida pela Umanizzare Gestão Prisional Privada, empresa que faz cogestão em seis unidades da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e de acordo com a gerente técnica da unidade, Domingas Printes, a figura do agente promotor de saúde dentro do sistema prisional é equivalente ao agente comunitário de saúde.
“Além de contribuir para melhorar a qualidade de vida dentro das unidades, com ações de promoção, prevenção e melhora nas ações curativas, o projeto de formação insere-se na política de ressocialização por meio do trabalho e eleva a autoestima dos reeducando”, enfatiza a gerente.
A enfermeira, Graciane Fábio, disse que os agentes tiveram uma aula teórica sobre noções de anatomia do tórax, e depois aula prática com outros internos participantes e também com os bonecos que tinham garrafa pet dentro dos travesseiros, simulando a localização exata e as compressões das massagens cardíacas. “ A parada cardiorrespiratória (PCR) é uma emergência de alta gravidade, que exige de quem for socorrer todo o conhecimento para a sua identificação e realização das manobras de ressuscitação cardiopulmonar”, reforçou a Graciane.
Cuidados também com a boca – Além de primeiros socorros os reeducandos também assistiram a uma palestra ministrada pela cirurgiã-dentista Jucenilda Oliveira, sobre Doença Periodontal – uma enfermidade inflamatória que acomete os tecidos da gengiva destruindo os tecidos do ligamento que dão sustentação aos ossos dos dentes. “Os reeducandos são orientados sobre as principais doenças que atingem a população penitenciária, isso serve para a identificação de padrões para posterior encaminhamento ao setor de saúde das unidades atendidas”, afirmou Jucenilda, ressaltando, ainda, a necessidade da higienização correta da boca para evitar ações bacterianas, acúmulo de tártaro e inflamações que colaboram para a formação de bolsas periodontais podendo levar à perda dos dentes.