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Os reeducandos do Estado do Amazonas estão dando grandes passos rumo à ressocialização. No intuito de ampliar os conhecimentos e habilidades dos mesmos por meio da leitura e escrita, a Umanizzare Gestão Prisional promoveu, durante o mês de junho, o Projeto Remição Pela Leitura no Instituto Penal Antônio Trindade (IPAT) e na Unidade Prisional de Puraquequara (UPP). Além da oportunidade de aprender, os internos também obtêm o direito de diminuir a pena.

Na UPP, a metodologia utilizada na 6ª edição, que aconteceu dia 30 de junho, incluiu três etapas: a seleção dos internos, as orientações sobre a produção de resenhas ou relatórios de leitura, e a entrega destes como processo avaliativo. Já no IPAT, que promoveu o projeto no dia 28 do mesmo mês, os participantes fizeram provas orais e escritas, relatando suas interpretações e entendimentos das obras lidas.

Na UPP, por exemplo, a banca avaliadora das atividades composta pela professora Romaine Larissa Panza, da Secretaria de Educação do Estado, e as integrantes da equipe técnica multidisciplinar da Umanizzare, a advogada Geisa Machado e assistente social Ketty Anne dos Santos, recebeu como convidada para participar do projeto a psicóloga Barbara Bacelar.

A psicóloga conta que o projeto é uma alternativa à programação televisiva, que é, geralmente, a única opção de entretenimento do sistema carcerário. “A repetição constante dos mesmos temas nessa programação – que circulam entre violência, sexo e corrupção – reduz o repertório de escolhas do interno”.

A leitura permite aos reeducandos, de acordo com Barbara, “vivenciar outras realidades e auxilia a identificação, sensibilização, reflexão, bem como o desenvolvimento de novos olhares e do senso crítico”. Ela acrescenta o poder dos livros em libertar a capacidade imaginativa e amenizar o tempo ocioso e a ansiedade.

O Remição pela Leitura é considerado um projeto de sucesso, com resultados positivos nas avaliações, o que demonstra grande interesse por parte dos internos. Wesllen Ribeiro, reeducando do IPAT, por exemplo, revela que não tinha o hábito de ler antes de entrar no Instituto. “Li o livro indicado três vezes porque me identifiquei com a história”, diz. Outros internos relatam ainda que a leitura também se tornou um passatempo para eles.

O projeto é edificante não só para os reeducandos, mas também para os profissionais envolvidos na sua execução. Barbara relata que participar do Remição pela Leitura foi importante e enriquecedor para seu desenvolvimento como psicóloga. “Participar deste processo proporcionou um novo olhar sobre a equipe técnica do sistema prisional, principalmente por sua multidisciplinaridade na execução do trabalho, assim como observar os objetivos do projeto sendo alcançados através da apresentação dos internos participantes, sendo que é notória a dedicação e evolução de alguns a cada etapa deste processo”, comemora.

Sobre o Remição Pela Leitura

O projeto Remição pela Leitura distribui livros, previamente selecionados pela equipe técnica, com avaliação escrita e oral, atendendo a metodologia do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), estabelecida na Recomendação nº 44/2014, viabilizando a remição de quatro dias da pena, a cada livro e resenha/relatório de leitura de obras devidamente lidas e avaliadas. O trabalho realizado pela Umanizzare Gestão Prisional também é previsto na Lei n.7210/84 de Execução Penal (LEP).

 

 

Na última segunda-feira (3), a Umanizzare realizou no Instituto Penal Antônio Trindade (IPAT) a segunda edição do Projeto de…