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Unidade prisional de segurança máxima inaugurada em 2006, o Instituto Penal Antônio Trindade (IPAT) abriga cerca de 740 presos provisórios e migrou para o modelo de gestão compartilhada em 2013, quando a Umanizzare passou a atuar em conjunto com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) na execução dos mais diversos processos e serviços do sistema prisional, especialmente na ressocialização dos reeducandos.

Em quatro anos de regime de cogestão, os internos do IPAT passaram por várias experiências de ressocialização, com acesso diário aos serviços de assistência médica, odontológica, assessoria jurídica e psicológica. Com uma equipe técnica focada na reinserção social e comprometida com a qualidade de vida no ambiente prisional, o IPAT tem como tripé da política de ressocialização a cultura, o esporte e a educação.

Sem negligenciar outras formas de abordagem, Seap e Umanizzare vem reforçando as ações nas áreas de esporte, cultura e educação com uma série de atividades cujo objetivo maior é realçar a vocação dos internos. Na área de educação formal, por exemplo, a equipe técnica consolidou O projeto de Remição pela Leitura, com a entrega de livros selecionados de acordo com o grau de escolaridade e acompanhamento diário.

No mês de setembro, em mais uma etapa do projeto, foram realizadas as provas escrita e oral, por meio das quais é possível mensurar o conhecimento acumulado a partir da leitura das obras literárias. Sucesso absoluto: todos os reeducandos alcançaram o direito à redução de quatro dias de pena, graças.

Incentivados pela leitura e pelos resultados diretos alcançados, muitos reeducandos declararam que gostariam de ler mais livros por mês, o que realça a importância da política de ressocialização por meio da leitura de obras literárias, que desperta o interesse por este tipo de cultura nos internos. “Vimos a importância do projeto, pois aguça a vontade dos reeducandos em busca do conhecimento e de ter uma forma saudável de passar o tempo enquanto estão cumprindo suas penas, tornando-os pessoas mais cultas e dispostas à ressocialização”, afirmou Valter Sales.

Remição pela Leitura: letras que libertam

Recomendado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e previsto na Lei de Execução Penal (LEP), o Programa de Remição pela Leitura visa reduzir a pena dos internos utilizando obras literárias, prática que tem-se mostrado uma extraordinária ferramenta também para a melhoria do convívio interno nos presídios.

Em 2016, foram 3.668 dias remidos por meio da leitura nas unidades do Amazonas. Os internos que participam regularmente das atividades pedagógicas e socioeducativas recebem livros e são orientados a produzir resenhas ou relatórios sobre a leitura. O CNJ estabelece uma série de normas para a instituição de projetos desta natureza, como instalação de bibliotecas com acervos atualizados, critérios objetivos de leitura e prazo para aferição.

Nas unidades operacionalizadas pela Umanizzare, existe um calendário regular de aplicação das avaliações escrita e oral que contam com convidados de outras instituições para compor a banca avaliadora, juntamente com as equipes técnicas. Além de reduzir a pena, o projeto tem sido fundamental para a mudança de comportamento dos reeducandos.

Reeducandos da Unidade Prisional de Itacoatiara tiveram acesso a procedimentos de coleta de sangue para realização de diversos tipos de exames. A ação foi articulada pela equipe técnica da área de Saúde da Umanizzare e pela Coordenação de Saúde Prisional da SEAP e realizada em parceria com o SUS. Foram coletados os seguintes exames: hemograma, colesterol, glicemia, ácido úrico, VDRL, EAS e EPF.

A enfermeira da Unidade, Elinilma Martins, afirmou que a coleta de sangue serve para avaliar a saúde de maneira geral e identificar possíveis desordens, como anemia e infecções. Para o Reeducando Anderson de Souza da Costa, a ação foi importante “para o bem estar e melhoria da vida, por que é um meio de tratamento”. Houve a coleta de oito tipos de exames em reeducandos e nove exames em colaboradores.

A Unidade contou com o apoio da Unidade Básica de Saúde III, que disponibilizou o material para a coleta. O Plano Nacional de Saúde prevê a inclusão da população penitenciária no Sistema Único de Saúde\SUS. O acesso dessa população às ações e serviços de saúde é legalmente definido pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei de Execução Penal.

Atendendo ao que prevê a Lei de Execução Penal quanto à assistência em caráter curativo e preventivo aos reeducandos, a equipe técnica da Umanizzare realizou no dia 24 de agosto uma ação sobre a importância da higiene bucal, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim/Compaj (regime fechado) em Manaus.

A equipe de Odontologia, composta pelos cirurgiões dentistas Danilo Queiroz Lima e Mauro Medeiros de Oliveira e pelas enfermeiras Asb’s Laizes Fernandes do Nascimento e Mariane Lima de Souza, realizou palestra explicativa, com auxílio de banner e folder sobre a importância da escovação e higiene bucal para prevenção contra a cárie.

Os profissionais orientaram os reeducandos sobre as medidas preventivas que deve, ser adotadas diariamente. Ao final, os odontólogos afirmaram que a atividade foi positiva, especialmente porque os os ouvintes demonstraram interesse em conhecer e aplicar os conhecimentos, evitando assim uma série de doenças.

O reeducando Diego Maciel Gonçalves afirmou que a ação foi importante porque ele aprendeu técnicas que pode passar para as outras pessoas. Segundo ele, o resultado da ação satisfatória pois houve a participação dos reeducandos em reconhecer a importância do tratamento odontológico de forma rotineira e preventiva.

Umanizzare promove ação para incentivar trabalho em equipe e proporcionar maior qualidade de vida aos reeducandos

Entre os dias 25 e 28 de julho, os reeducandos da Unidade Penal de Itacoatiara (UPI) participaram de torneio de futsal organizado pela gerência da unidade e promovido pela Umanizzare Gestão Prisional. O projeto teve como intuito incentivar o trabalho em equipe e a competição saudável, assim como o benefício da atividade física.

Ao todo, 90 internos dos pavilhões A e B disputaram o torneio. Quem saiu vencedor da competição foi o Pavilhão B, que levou a premiação. Para o interno Eliton Araújo, campeão, o esporte tem o poder de mudar vida e cria novas chances. ‘’ Através do torneio mostrei meu talento. Além do benefício físico, que melhora nossa saúde, é uma boa atividade para distrair a mente assim e ainda gosto de trabalhar em equipe”, ressalta.

Para a psicóloga Patrícia Mendes que participou da organização da ação, ‘’o projeto foi muito importante para os participantes. Tivemos a oportunidade de acompanhar a disciplina e o empenho de cada reeducando, o que nos mostra que os resultados são positivos e os objetivos estão sendo atingidos’’, confirma, satisfeita.

A promoção de atividades como o torneio de futsal pretende propiciar a inserção social e resgatar a autoestima de cada recluso. A Umanizzare acredita na ressocialização a partir de ações socioeducativas e atividades de ocupação dentro das unidades prisionais, que, por sua vez, contam para a sua realização com grandes profissionais, que acreditam na inclusão e reintegração dos detentos novamente na sociedade, mostrando a eles novos caminhos fora da criminalidade.